O documentário, de Kátia Klock do ano de 2009, toca num assunto esquecido e não por isso pouco importante ou delicado: a perseguição de alemães no Brasil nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial.
Um resgate das vivências dos descendentes de alemães sobre a perseguição ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial no Sul do Brasil, região colonizada por alemães no século 19. A Campanha de Nacionalização do presidente Getúlio Vargas e a entrada do Brasil na Guerra em 1942, contra o países do Eixo, aumentou a repressão aos estrangeiros e imigrantes daqueles países. O documentário mostra um dos lados da história, relatado por quem era criança e descendente de alemão nos anos 1940. A memória é subjetiva, porém verdadeira, mesmo quando parece distorcida dentro da história oficial, essa sim muito mais complexa.
A história é simples: ao se unir aos Aliados, o Brasil passou a considerar os países do Eixo (Alemanha, Itália, Japão) seus inimigos e, portanto, japoneses, alemães e italianos passaram a ser perseguidos (em maior ou menor grau de acordo com a localidade), proibidos de falar seus idiomas em público ou divulgar suas culturas e até mesmo colocados em campos de concentração.
Os documentaristas fizeram um grande trabalho de pesquisa, entrevistando centenas de pessoas em Blumenau, Pomerode, Joinville, Florianópolis, Brusque, Jaraguá do Sul e Balneário Camboriú. Também se utilizaram dos álbuns de fotos e gravações antigas das famílias entrevistadas. Visitaram os arquivos históricos das cidades e ainda pesquisaram estudos acadêmicos e livros sobre o assunto. Munida de toda esta informação, a cineasta (natural de Brusque, hoje moradora de Florianópolis e que também é descendente de alemão) fez um relato pra lá de interessante – no filme, vemos as pessoas sendo entrevistadas, fotos e imagens da época, e ainda partes encenadas (não por atores profissionais, mas por membros das famílias), estas últimas com coloração sépia, para dar aquele “clima de flashback”. São várias as histórias, muitas incríveis e todas carregadas de emoção: a família que teve o carro novo que comprara com tanto custo confiscado (aqui um adjetivo técnico para “roubado”) pelo governo, a família que foi pega ouvindo rádio e por isso presa, os idosos que não podiam sair de casa porque não sabiam falar português, as comunidades que tiveram que conviver com o medo, racismo e o quase- total esquecimento de suas origens, etc.
Adiante segue o documentário, com duração de 52 minutos. Alguns trechos são em idioma alemão, porém o vídeo contém legendas, basta ativar a opção (clicar na engrenagem). Sugiro assistir até o final.
Com Legendas em Alemão, Inglês e Espanhol
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